sexta-feira, 18 de abril de 2014

Histórias de Metrô: Espasmos de riso

Sou um jornalista observador. Procuro visualizar tudo o que acontece à minha volta. Mas, infelizmente, tem horas que acabo vendo mais do que devia. E nessa de enxergar demais, acabei me deparando com uma situação engraçada.

Metrô lotado. Eu estava colado na moça ao lado, que digitava mensagens em seu super tecnológico smartphone. Enquanto admirava aquele aparelho, inevitavelmente vi o que ela digitava. Lá havia escrito: “Tem uma mulher aqui que tem cara de sapo”.

A frase por si só já me fez segurar o riso e aguentar firme. O problema maior surge quando eu olho ao meu redor e consigo identificar exatamente a “mulher com cara de sapo”.

A força que fiz para não gargalhar já era ineficaz! Mesmo sem olhar de novo para a face de qualquer pessoa ali, as cenas que tinha acabado de presenciar não saíam da minha mente.

Foi difícil. Olhava para o chão como quem encara outra pessoa brincando de ficar sério por mais tempo. E perdi.

Na primeira risada, fingi ser uma tosse. Na segunda, balancei a cabeça como se lembrasse de uma piada recém-contada. Na terceira, já achava graça pelo motivo inicial e pelos disfarces das outras duas vezes.

Creio que as pessoas à minha volta pensaram que eu era louco. E não posso afirmar que estavam completamente enganadas...

O tempo entre uma estação e outra demorava uma eternidade. Ou seja, foram cerca de nove eternidades para eu sair de lá.

A moça, que começou toda essa situação ao escrever aquilo, saiu logo. Pensei em sair também para dar risada à vontade e depois pegar o próximo metrô, mas quem disse que conseguia me mexer de tanta vergonha?

Os espasmos descontrolados de risos ficavam cada vez mais frequentes. Já não sabia mais o que fazer. Decidi, então, aceitar a minha derrota e ficar com o sorrisão aberto sem medo de ser feliz (literalmente)!

E, para a minha infelicidade, a mulher com cara de sapo desceu na mesma estação que eu...

Nenhum comentário:

Postar um comentário